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Publicado: 01/01/2015 14:11h

Vale testa uso da fibra da casca de coco na pelotização de minério de ferro

Vale testa uso da fibra da casca de coco na pelotização de minério de ferro

A Vale está desenvolvendo um novo tipo de aglomerante a partir das fibras da casca de coco verde, para utilização como matéria-prima na produção de pelotas de minério de ferro. A nova tecnologia está em fase avançada de testes e conta com a colaboração técnica do Laboratório de Biotecnologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

A pesquisa foi iniciada em 2011 e envolveu pesquisadores da Vale nas áreas de pelotização e de inovação e tecnologia. Segundo o diretor de pelotização da Vale, Maurício Max, os resultados do trabalho são promissores, pois já foi possível comprovar a viabilidade técnica do processo através de produção do aglomerante em escala de laboratório e de ensaios de geração de pelotas de minério de ferro feitos nas instalações da planta piloto de pelotização do Complexo de Tubarão, também em menor escala.

Os estudos em parceria com a universidade prosseguem, tendo como objetivo nesta nova fase aprimorar a fórmula e desenvolver alternativas de tratamento e reaproveitamento dos resíduos gerados durante o processamento da casca do coco. Também se estuda viabilizar uma produção de quantidade maior do aglomerante para teste em escala industrial.

Entenda o processo

Atualmente, três tipos de aglomerantes são utilizados na produção de pelotas: dois inorgânicos, a bentonita (um tipo de argila mineral) e a cal hidratada; e um orgânico, que é importado e obtido a partir da árvore pinus europeu. Os compostos, quando adicionados aos finos de minério, garantem a formação de pelotas cruas (que ainda não passaram pelo tratamento térmico para endurecimento), com consistência física suficiente para resistirem, sem trincas ou degradações, ao trajeto do pelotamento no forno. "O aglomerante orgânico, por não gerar resíduos minerais, garante às pelotas um teor de ferro mais elevado e, portanto, com maior valor agregado", explica Maurício.

Como o aglomerante orgânico usado atualmente é importado, portanto mais caro, e o pinus europeu, árvore da qual é feito, é de crescimento mais lento, surgiu a ideia de usar a fibra do coco verde, resíduo abundante em nosso país, como matéria-prima para a produção da substância. Dados apurados pela pesquisa mostram que, em 2010, foram produzidos 2,7 milhões de toneladas de coco no país. Enquanto a polpa é largamente usada na indústria alimentícia, a casca acaba sendo descartada. A partir de sua parte mais fibrosa é extraída a celulose, matéria-prima para o aglomerante. As pesquisas mostram que provavelmente a proporção de aglomerante será mantida mesmo com a troca da matéria-prima. "Atualmente para cada tonelada de pelota produzida em escala industrial são usados 500 gramas de aglomerante. Em laboratório conseguimos produzir 200 quilos de pelotas usando 100 gramas de aglomerante de casca de coco, ou seja, a mesma proporção", ressalta o diretor.

A pelotização é um processo siderúrgico que permite a viabilidade comercial dos finos de minério de ferro (pellet feed) gerados durante a lavragem de uma mina.

O alto teor de ferro e o baixo nível de impurezas fazem do pellet feed a matéria-prima ideal para a indústria do aço. Entretanto, o tamanho - ou a granulometria - desse tipo de minério não permite que ele seja utilizado "in natura" nos altos-fornos. Por isso a necessidade da pelotização. Como o próprio nome sugere, as pelotas são pequenas esferas de minério de ferro, que podem ser utilizadas pelas siderúrgicas para produção do aço.

Em 2014, ano em que o processo de pelotização completa 45 anos de operação na Vale e no Brasil, foi inaugurada a oitava usina do Complexo de Tubarão, a maior do Estado e uma das mais modernas plantas de pelotização do mundo.

A história da pelotização no ES

1960-1965: Vale estuda implantação de projetos de pelotização para viabilizar a aglomeração de finos de minérios 1969: Startup da primeira usina de pelotização, 100% Vale 1973: Início da operação da Usina 2 no Complexo de Tubarão 1977: Início da operação da Usina 3/Itabrasco, fruto de uma joint venture entre a Vale e a Ilva Internacional S.A.. 1978: Início da operação da Usina Nibrasco (Usinas 5 e 6), uma parceria entre a Vale e a Japonese Steel Millls. 1979: Início da operação da usina Hispanobras (Usina 4), uma parceria entre a Vale e a Aceralia Corporación Siderúrgica S.A. 1981 - 1995: - Utilização de carvão e gás natural - Desenvolvimento de aglomerantes orgânicos - Utilização de Precipitadores Eletrostáticos 1998: Início da operação da usina Kobrasco (Usina 7), fruto da parceria entre a Vale e a sul-coreana Posco. - Substituição de óleo combustível por gás natural 2001-2005: Inicio da utilização do supressor de pó. 2009: Início dos estudos de aglomerante orgânico produzido a partir de resíduos agroindustriais 2010: Instalação da primeira barreira de vento (windfence) no Complexo de Tubarão 2014: Início da operação da Usina 8, a maior do Espírito Santo e uma das mais modernas plantas de pelotização do mundo

Fonte: Assessoria de Imprensa Vale

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