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Publicado: 15/08/2017 00:00h

Risco de interferência política é página virada, diz presidente da Vale

Risco de interferência política é página virada, diz presidente da Vale
Com a grande adesão de investidores minoritários à proposta de reorganização societária da Vale, o presidente da companhia, Fabio Schvartsman, disse nesta segunda (14) que o risco de interferência política na empresa é "página virada".
 
Na sexta (11), a companhia anunciou que detentores de volume equivalente a 84,4% das ações preferenciais aceitaram a conversão para ações ordinárias, primeira fase da reestruturação que vai transformar a Vale em uma empresa sem controlador.
 
Nesta segunda (14), a Vale conclui a segunda etapa, que é a incorporação da Valepar - holding que detém o controle da mineradora, composta por Bradesco, BNDES, Mitsui e fundos de pensão.
 
Em um primeiro momento, os acionistas da holding terão 44% das ações da empresa - fatia que pode ser reduzida a 41% com a adesão dos minoritários que não se manifestaram no prazo de conversão.
 
Os acionistas da Valepar terão que manter seus papeis por um prazo de seis meses.
 
"A partir desta noite, a Vale será uma empresa sem controlador definido", disse Schvartsman, em teleconferência com a imprensa. "Esse assunto de interferência do governo eu considero resolvido", afirmou.
 
"Esse assunto é página virada. O governo agora, como acionista minoritário, é tão bom, tão correto e tem que ser tratado como qualquer outro acionista", respondeu, ao ser questionado novamente sobre o tema.
 
A proposta de pulverizar o capital da companhia foi apresentada em fevereiro, pouco antes do aniversário de 20 anos da privatização da empresa, que ocorreu em junho de 1997.
 
A ideia, segundo os controladores, é elevar os níveis de governança da empresa, que deve migrar para o novo mercado da bolsa de São Paulo (B3). Schvartsman disse que empresa trabalha para antecipar esse processo.
 
Ao reduzir o poder de voto dos fundos de pensão e do BNDES, o processo também é visto como uma blindagem a interferências políticas na gestão da mineradora.
 
"Nossos advogados se debruçam sobre hipóteses de como antecipar a ida para o novo mercado. Seguramente vai acontecer muito antes dos três anos previstos", disse ele.
 
Para isso, precisa encontrar uma saída para os acionistas que mantiveram os papéis preferenciais. A empresa ainda não definiu se vai propor uma adesão voluntária ou mandatória.
 
Disse apenas que não pretende gastar dinheiro com compra de ações. No processo de conversão encerrado na sexta, cada ação preferencial foi trocada por 0,9342 ação ordinária.
 
"Não sabemos neste momento o que fazer, mas só posso dizer que teremos que dar um tratamento justo a eles", afirmou.

Fonte: Folha de São Paulo
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