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Publicado: 15/12/2017 01:00h

Cinco novas espécies botânicas encontradas no Espírito Santo são oficialmente reconhecidas pela Ciência

Cinco novas espécies botânicas encontradas no Espírito Santo são oficialmente reconhecidas pela Ciência

Cinco novas espécies botânicas encontradas em fragmentos de Mata Atlântica do Espírito Santo foram oficialmente descritas para a Ciência este ano. As amostras das plantas que tornaram a identificação das novas espécies possível foram coletadas na Reserva Natural Vale (RNV), área conservada de Mata Atlântica mantida pela Vale em Linhares, no Norte do Espírito Santo, e em áreas próximas ao local. Com cerca de 23 mil hectares, a RNV é um dos últimos remanescentes de Floresta de Tabuleiro, uma das formações mais ameaçadas da Mata Atlântica no país, e abriga diversas espécies de flora raras ou ameaçadas de extinção.

Foram anos de pesquisa e observação na floresta, obedecendo ao ciclo reprodutivo das respectivas plantas, até que se tivesse a certeza de que se tratava, de fato, de espécies botânicas até então desconhecidas para a Ciência. Batizadas de Cinnamomum baitelloanum, Mezilaurus sessiliflora, Ocotea batata, Williamodendron itamarajuensis e Dinizia jueirana-façao, os novos indivíduos receberam os nomes vulgares de canela vermelha, canela-de-pombo, canela-batata, canela-prata e jueirana-fação, respectivamente. Os artigos científicos que descrevem as novas espécies e evidenciam a descoberta foram publicados neste ano nas revistas Harvard Papers in Botany (EUA), Phytotaxa (Nova Zelândia) e KEW Bulletin (Inglaterra), que figuram entre as publicações mais relevantes do ramo científico tanto no que diz respeito à flora, quanto à fauna.

Gigante das florestas

Entre as novas descobertas merece destaque a Dinizia jueirana-facao, primeira espécie do gênero Dinizia para a Mata Atlântica a ser oficialmente reconhecida pela Ciência. Esse dado torna a descoberta ainda mais relevante, já que, até então, esse gênero era encontrado somente na Floresta Amazônica. A novidade, porém, veio acompanhada de uma notícia alarmante. Com mais de 30 metros de altura e considerada criticamente ameaçada de extinção pela União Internacional pela Conservação da Natureza (IUNC), até o momento a árvore só foi registrada em duas populações no Espírito Santo: uma na Reserva Natural Vale (RNV), numa área de 43 hectares e onde foram identificados 12 indivíduos adultos; e outra, numa área de aproximadamente 65 hectares vizinha à RNV, localizada no município de Sooretama, onde também foram registrados em torno de 12 indivíduos adultos.



Descrito pela primeira vez há aproximadamente um século, o gênero Dinizia vinha sendo tratado como monoespecífico, ou seja, que compreendia uma única espécie, a Dinizia excelsa Ducke, vulgarmente conhecida como Angelim-vermelho, árvore que ocorre nas florestas amazônicas não alagadas da Guiana, do Suriname e de outros sete estados do Norte e do Centro-Oeste do Brasil. "Essa descoberta deixa clara a grande lacuna de conhecimento que existe em relação à Mata Atlântica e à sua biodiversidade. Por isso a importância de se preservar e conhecer de forma mais aprofundada os fragmentos florestais deste bioma que ainda existem", alerta o biólogo e curador do herbário da Reserva Natural Vale Geovane Siqueira.

Pesquisas com flora e herbário

A Reserva Natural Vale é também considerada um grande banco genético e abrigo de diferentes espécies flora da Mata Atlântica. Desde 1981, são feitas coletas sistematizadas na área, o que tem trazido resultados de novas espécies botânicas descritas para a Ciência, chegando a mais de 100. Nos últimos sete anos, 38 novas espécies de flora foram descritas a partir de material coletado na Reserva Natural Vale e no entorno.

Para embasar as pesquisas com flora, a Reserva conta com um Herbário, ou seja, uma coleção de plantas secas que contribui para o conhecimento da flora da Mata Atlântica. Como resultado desse trabalho, mais de 3.600 espécies de plantas já foram catalogadas com um total de 15.734 exsicatas, que podem ser consultadas tanto in loco, quanto virtualmente, por meio do site http://splink.cria.org.br.

Esse compartilhamento de informações, que teve início desde 1981, quando o Herbário foi indexado e registrado no Index Herbariorum World, proporcionou a descoberta de espécies e gêneros da Mata Atlântica que até então eram desconhecidos pela Ciência.

Atualmente, amostras de espécies botânicas coletadas na Reserva integram o acervo de diferentes herbários do Brasil e do mundo. É o caso do Virtual Botanic Garden, do New York Botanical Garden, do Missouri Botanical Garden (USA) e do Royal Botanic Gardens (Reino Unido), alguns dos maiores herbários do mundo que também disponibilizam o material para consulta pela internet. No Brasil, o com material coletado na Reserva é depositado no Instituto de Botânica de São Paulo, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), entre outros.

S
obre a Reserva Natural Vale

A Vale mantém em Linhares, ao norte do Espírito Santo, uma das maiores áreas protegidas de Mata Atlântica do país. Com 23 mil hectares, a Reserva Natural Vale (RNV) é um dos últimos grandes remanescentes da Floresta de Tabuleiro, uma das formações florestais atualmente mais ameaçadas do bioma Mata Atlântica. Pela sua importância nas atividades de conservação, pesquisa e uso sustentável dos recursos florestais, a RNV recebeu da Unesco o título de Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, qualificação que foi renovada pela terceira vez em junho deste ano.

A importância da área para a conservação da Mata Atlântica também é representada pela sobreposição de diversos territórios demarcados: Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e Patrimônio Mundial da Costa do Descobrimento, pela Unesco; Área Prioritária para a Conservação da Biodiversidade;  Mosaico de Áreas Protegidas da Foz do Rio Doce; Corredor Central da Mata Atlântica e Corredor Sooretama-Goytacazes-Comboios, todos concedidos pelo Ministério do Meio Ambiente e ainda Important Bird Area e Endemic Bird Area, pela BirdLife International.

Além da conservação da diversidade biológica, são desenvolvidas na RNV pesquisas científicas de importante repercussão para a sociedade e essenciais para o conhecimento e manejo da Floresta de Tabuleiro. Desde que foi adquirida pela Vale, nos anos 50, até o momento já foram catalogadas na Reserva mais de 3 mil espécies vegetais, mais de 1.500 morfoespécies de insetos e 102 espécies de mamíferos, além de 56 de anfíbios, 64 de répteis e 391 de aves. Nos últimos 30 anos, cerca de 100 novas espécies de plantas foram descritas com base nas pesquisas apoiadas pela RNV.

A Reserva é aberta ao público todos os dias, das 8h30 às 16h, oferecendo caminhadas em trilhas ecológicas e um Centro de Exposições sobre a Mata Atlântica, além atividades diversas como dinâmicas e oficinas com foco em sustentabilidade. O local conta ainda com estrutura completa para a realização de visitas, eventos, treinamentos e cursos.

Proteção Ecossistêmica

Ao lado da Reserva Natural Vale está localizada a Reserva Biológica de Sooretama (Rebio Sooretama), com cerca de 24 mil hectares. A área é uma unidade de conservação federal, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e que é protegida com o apoio da Vale, sobretudo no que diz respeito à proteção contra caça e incêndios florestais, principais crimes ambientais sofridos por essas áreas protegidas.

Como resultado das ações de proteção ecossistêmica da Vale realizadas tanto na RNV, quanto na Rebio Sooretama, somente no ano passado foram registradas 185 ocorrências entre caça, apreensão de equipamentos, caçadores, munição e armas de caça. Realizadas com o apoio da Polícia Militar Ambiental, as blitzen preventivas têm o intuito de reduzir ou neutralizar ações que geram impactos negativos à fauna e à flora das duas reservas, que constituem o maior remanescente de Mata Atlântica ao norte do Espírito Santo, com quase 50 mil hectares.

Juntas, elas correspondem a aproximadamente 10% da área de cobertura florestal original remanescente no estado. No início do século passado, a Mata Atlântica cobria todo o Espírito Santo. Hoje, da mata original, restam apenas 11% no ES e 8,5% no país, dispersos principalmente em áreas fragmentadas, desconectadas e, muitas delas, sem qualquer proteção. Este cenário faz com que as duas reservas ganhem uma importância ainda maior no contexto ambiental brasileiro atual.

Os pesquisadores da Reserva desenvolveram tecnologia para recuperação de florestas, incluindo margens de corpos d'água (nascentes, córregos, rios e lagoas). Essa tecnologia é aplicada em projetos de restauração ambiental no Espírito Santo e o conhecimento gerado é compartilhado, contribuindo com a implantação de diversos projetos de restauração no bioma Mata Atlântica, não somente nas áreas mineradas pela Vale, mas também em áreas não relacionadas às operações da empresa.

Viveiro de Mudas

A Reserva mantém um dos maiores viveiros de mudas do Brasil quando avaliada a riqueza de espécies produzida. Sua capacidade anual de produção é de 3 milhões de mudas, podendo chegar a 5 milhões, sendo cerca de 800 espécies tropicais, com especial destaque para a Floresta de Tabuleiro, uma das fisionomias mais ameaçadas da Mata Atlântica.

As mudas produzidas na Reserva, em sua grande maioria espécies da Mata Atlântica, são destinadas principalmente aos projetos de reflorestamento. Algumas dessas espécies, inclusive, estão ameaçadas de extinção, como a braúna preta, o jacarandá a caviúna e a peroba amarela, dentre outros.

Hospedagem

O Hotel da Reserva Natural Vale conta com amplos espaços livres dedicados ao lazer e instalações de qualidade para acomodar seus hóspedes. A área de hospedagem é distribuída em módulos, onde a denominação individual é uma família botânica de ocorrência na Reserva Natural Vale. Já os nomes dos apartamentos de cada módulo são baseados nas diferentes espécies de cada família botânica. São 51 apartamentos com total de 119 leitos distribuídos em chalés de madeira de reflorestamento, e módulos de alvenaria, classificados nas categorias luxo*, ouro* e prata. Os das duas primeiras categorias são equipados com ar condicionado, telefone, frigobar e TV a cabo. Não é permitido acampar no local e não é permitida a entrada de animais domésticos.

As áreas de lazer contam com piscinas, tanto para crianças, quanto para adultos, sauna a vapor, salão de jogos, brinquedoteca, redário, sala fitness, sala de TV, campo de futebol, quadra poliesportiva e trilhas ecológicas. Em períodos de feriados prolongados, o Hotel da Reserva Natural Vale também disponibiliza uma programação especial com pacotes de hospedagem. As reservas devem ser feitas antecipadamente pelos telefones (27) 3371-9797 e (27) 3371-9799 ou pelo e-mail reservas.rnv@vale.com.

Day Use

Se a ideia for somente passar o dia no local, os visitantes têm ainda a opção Day Use. Pelo sistema, é possível ter acesso a toda a estrutura de lazer do hotel diariamente, das 8h30 às 16h, como piscinas, sauna a vapor, salão de jogos, brinquedoteca, redário, sala fitness, sala de TV, quadra poliesportiva e campo de futebol mediante o pagamento de uma taxa de R$ 18,00 para crianças com idades entre 6 e 11 anos, e de R$ 42,00 para as demais faixas etárias. Crianças de 0 a 5 anos não pagam. Importante ressaltar que o valor informado contempla apenas o acesso à área de lazer do Hotel da Reserva Natural Vale. Despesas com alimentação e outros itens são cobradas à parte.

Caso a intenção seja apenas reunir a família para um almoço especial em meio a um ambiente cercado pela Mata Atlântica, o Hotel conta com um restaurante self-service com opções variadas de pratos que valorizam a culinária local. O valor do quilo é de R$ 39,50 de segunda a sábado e R$ 43,90 aos domingos. Bebidas e sobremesas, também em opções diferenciadas, podem ser adquiridas à parte. Cabe ressaltar que não é permitido levar alimentos ou bebidas para a área do hotel, exceto aos visitantes que apresentarem alguma restrição alimentar.

Projetos desenvolvidas na RNV

Projeto Quirópteros: estudo baseado no inventário de espécies de morcegos presentes na Reserva, sendo este um grupo que desempenha importantes funções ecológicas, por exemplo, como polinizadores e dispersores de sementes. Os primeiros resultados do estudo apontam a RNV como a área protegida de Mata Atlântica com maior diversidade de espécies de morcegos no país. A pesquisa mostrou que o local abriga 50 espécies, o que corresponde a cerca de 70% dos tipos de morcegos conhecidos para o Espírito Santo. Os registros incluem também espécies ameaçadas de extinção, além de três espécies que até então não haviam sido registradas no Espírito Santo. Também foram identificadas outras oito espécies que não possuíam registro para o município de Linhares.

Projeto Felinos: iniciativas de conservação focadas no estudo da população local de onça pintada (Panthera onca), uma das espécies mais ameaçadas na Mata Atlântica. O bloco composto pela Reserva Natural Vale (RNV) e pela Reserva Biológica de Sooretama (Rebio Sooretama) representa a última área com ocorrência destas espécies no Espírito Santo e um dos últimos refúgios naturais de onças pintadas na Mata Atlântica.

A rotina das onças-pintadas é monitorada por meio de armadilhas fotográficas - câmeras automáticas 35 mm acopladas a sensores infravermelhos que detectam movimento. O objetivo do estudo é entender como as onças se distribuem e se relacionam no interior da Reserva e o quanto a espécie já perdeu de variabilidade genética para avaliar possíveis intervenções e evitar seu desaparecimento do estado. Até o momento, com as fotografias foi detectada a presença de nove onças adultas, sendo três machos e seis fêmeas. Entretanto, os resultados das análises genéticas indicam que existem, no mínimo, 11 indivíduos da espécie na RNV.

Projeto Fitólitos (Estudo de Paleoambiente): o estudo avalia a dinâmica da vegetação ao longo dos últimos 12 mil anos para ajudar a entender como as mudanças climáticas influenciaram e influenciarão a vegetação do litoral capixada, contribuindo também para o melhor entendimento de como as mudanças do clima podem afetar outras partes do planeta. 

Observação de aves (bird watching): a RNV tem se firmado cada vez mais como destino dos adeptos do bird watching, atividade que consiste na observação de aves em seu habitat natural. Há mais de dez anos o local é visitado por pessoas de diversas partes do mundo que buscam observar a riqueza de espécies que habitam a Floresta de Tabuleiro.

Para se ter ideia, a área abriga 391 espécies de aves. O número representa quase 21% das espécies registradas no Brasil, que, de acordo com o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos, conta com 1.901 diferentes tipos de aves. A facilidade de acesso às áreas florestadas por meio de trilhas e estradas, bem como a estrutura de hospedagem existente na Reserva Natural Vale, complementam a lista de atrativos do local para a prática da atividade. A RNV é classificada pela BirdLife International  como uma Important Bird Area, em função do número significativo de espécies endêmicas e ameaças encontradas neste bloco de Floresta de Tabuleiro.


Fonte: Assessoria de Imprensa Vale
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