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Publicado: 22/05/2018 09:32h

Artigo: O jovem líder de hoje

Artigo: O jovem líder de hoje

No final de 2017, minha vida profissional ganhou novos rumos e bastante projeção. Por causa da minha atuação na Vale e como empreendedora social na Blend Edu, tive o privilégio de participar de um programa de intercâmbio profissional patrocinado pelo governo americano chamado “Young Leaders of the Americas Initiative” (YLAI).

Outra grande conquista de 2017 foi ser reconhecida como a Valuable Young Leader nº1 do Brasil, em uma iniciativa da Harvard Business Review e a consultoria Eureca. E, desde então, tenho recebido várias perguntas sobre o que significa ser uma “jovem líder” no mundo de hoje, especialmente pela perspectiva feminina.

Primeiramente, acredito ser importante destacar que a minha jornada profissional nunca foi traçada na busca de uma posição de liderança por si só, mas sim direcionada ao propósito, novas oportunidades de aprendizado e ao impacto positivo.

Pra mim, liderança nunca foi um fim e, sim, um meio. Um meio de convergir, unir forças, gerar legado e influenciar positivamente pessoas pelo exemplo.
Liderança é uma energia que vem de dentro e te move a fazer coisas muito maiores do que você mesmo. É aquele velho clichê: líder é aquele que diz “vamos” ao invés de dizer “vá”.

Aprendi isso nas minhas experiências profissionais. Durante um estágio de alguns meses na Disney, pude ver – por exemplo - minha supervisora limpando compartimentos de gelo na noite de ano novo, lado a lado de diversos funcionários, focada na construção de uma experiência mágica para os “guests” (como a Disney chama seus clientes). Quando pratiquei escuta ativa com empregados de diversos níveis para diagnosticar o cenário de diversidade da Vale e construir ações estruturantes.

Aprendi também ao começar – do zero – uma startup para levar experiências educacionais para escolas e empresas, começando com uma equipe de voluntários. E aprendo todos os dias, conversando com mentores, colocando em prática ideias e fazendo o meu melhor para questionar o status quo.

De acordo com a pesquisa que pautou o prêmio Valuable Young Leaders, que teve como base entrevistas com diversos executivos e um extenso levantamento bibliográfico nos artigos da Harvard Business Review,

o que torna alguém um jovem líder de valor é sua capacidade de liderança de si mesmo, liderança de outros e liderança de uma organização.


Isto é colocado em prática por meio de competências como autopercepção, autoconsciência, domínio emocional, empatia, habilidade social, capacidade cognitiva, foco estratégico, capacidade de entrega e inteligência contextual.


Estas competências mostram que liderança não tem gênero, raça, idade, classe social, orientação sexual ou religião. Ela pode ser colocada em prática por qualquer pessoa e em qualquer lugar. Entretanto, jovens, mulheres, negros, pessoas com deficiência e outros grupos enfrentam muita dificuldade em assumir posições de liderança e atuar como porta voz nas empresas.

Assim, acabamos nos deparando com os seguintes dados no Brasil e no mundo:

Mulheres representarem mais da metade da população, ocupam somente 13,6% dos cargos de primeiro escalão (BID, 2016).
Já afrodescendentes são 55% da população, mas apenas 6,3% dos gerentes e 4,7% dos executivos de alto escalão são negros (BID, 2016).
No Brasil existem 30 milhões de pessoas com deficiência com idade para trabalhar, mas apenas 330 mil com carteira assinada. Apenas 40% das empresas cumprem a lei 8.213, que destina de 2 a 5% de vagas para esse público.
Um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que os investidores são 60% mais propensos a dar dinheiro a homens empreendedores do que a mulheres - mesmo quando o conteúdo das apresentações é exatamente o mesmo
As barreiras são visíveis e invisíveis. Por isso, além de todas as características necessárias para exercer liderança, uma mulher para ser uma jovem líder precisa também de uma dose extra de resiliência, vulnerabilidade, coragem e de audácia.

Angel Rich, tida como a próxima Steve Jobs e CEO da Wealth Factory, durante uma palestra que assisti, nos recomendou que:

“sempre que alguém lhe subestimar, use isso ao seu favor”.
Já Sheryl Sandberg, outra executiva que admiro profundamente, dá algumas dicas valiosas no seu livro “Faça acontecer”, tais como: “pare de querer agradar todo mundo, imponha limites, arrisque-se mais e fantasie sobre sua carreira”.

Vamos usar essas dicas e o nosso talento para ganhar espaço e transformar as organizações de dentro para fora (e de fora para dentro). Esse é o momento de mostrar o nosso valor e a nossa importância em times mais diversos que, segundo a Forbes, tomam melhores decisões de trabalho 87% das vezes (https://www.forbes.com/sites/eriklarson/2017/09/21/new-research-diversity-inclusion-better-decision-making-at-work/).

Quem sabe assim possamos colocar em prática a famosa frase da filósofa feminista Angela Davis:

“eu não estou mais aceitando as coisas que eu não posso mudar. Eu estou mudando as coisas que não posso aceitar.” 

Thalita Gelenske Cunha - Analista de RH na Vale 


Fonte: Assessoria de Imprensa Vale
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