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Publicado: 29/11/2014 15:19h

Profissionais do Estado debatem os desafios da elaboração do Plano de Gestão de Resíduos Sólidos

Profissionais do Estado debatem os desafios da elaboração do Plano de Gestão de Resíduos Sólidos

A cidade de Vitória recebeu pela primeira vez uma qualificação para preparar profissionais da área para lidar com os desafios da elaboração do Plano de Gestão de Resíduos Sólidos, exigência da Política Nacional de Resíduos Sólidos. O 1º Masterclass Planejamento em Gestão de Resíduos foi realizado nos dias 24 e 25 de novembro, no hotel Golden Tulip, na Enseada do Suá, reunindo 40 profissionais, entre representantes de instituições públicas e privadas, empreendedores, investidores e representantes da sociedade civil organizada.

No dia 26, uma palestra sobre o tema também foi apresentada, desta vez, no Bristol Hotel, em Camburi, e para um público maior. De acordo com a diretora do Grupo Ideias, Tereza Romero, que trouxe os eventos para o Espírito Santo, esse debate é importante em um momento em que a elaboração e a implementação dos Plano de Gestão de Resíduos Sólidos são desafios a serem enfrentados por estados e municípios, em cumprimento a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

“De acordo com a legislação, os estados e municípios que não tiverem seus planos elaborados não poderão ter acesso a recursos da União para serem utilizados em empreendimentos e serviços relacionados à gestão de resíduos sólidos”, afirma Tereza Romero.

Para ministrar as apresentações, foram convidados dois grandes nomes no Brasil e no mundo quando o assunto é Gestão de Resíduos Sólidos: o diretor executivo da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), Carlos Silva; e o presidente do Comitê Científico e Técnico da Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA), o grego Antonis Mavropoulos, que possui mais de 20 anos de envolvimento na gestão de resíduos e trabalhou como consultor e pesquisador em vários países da Europa, África, América Latina e Caribe.

Tecnologias e panorama da gestão de resíduos

Durante os eventos, foram apresentados a hierarquia dos resíduos, ferramentas na área, planejamento de sistemas integrados, sistemas regionais e municipais, entre outros temas. O grego Antonis Mavropoulos destacou, ainda, tecnologias de tratamento de resíduos sólidos, como as usinas de tratamento mecânico biológico; de tratamento anaeróbio de resíduos orgânicos; de transformação de resíduos em energia, entre outras, destacando prós e contras das diferentes tecnologias e a possível aplicação no cenário brasileiro.

“É importante se atentar à quantidade e ao tipo de resíduo gerado antes de definir o modelo de tecnologia a ser utilizado. Esse é o tipo de decisão que não pode ser feita sob pressão. É necessário que haja muita pesquisa e debates”, ressaltou o palestrante.

O diretor executivo da Abrelpe, Carlos Silva, enfatizou que para resolver questões com essa é importante a elaboração dos Planos de Resíduos Sólidos, que devem ser base para qualquer decisão a ser tomada. O palestrante afirmou que o sistema de gestão de resíduos no Brasil segue um modelo da década de 70 e que o investimento na área ainda é pequeno. “Em termos de regulação estamos muito bem, mas precisamos avançar em muitos pontos, como promover a capacitação continuada, universalizar a coleta e a destinação adequada e estabelecer fontes de recursos específicos. Tudo isso passa pela implementação de uma estratégia, que só virá com a elaboração dos planos”, sintetizou.

Cenário da Gestão de Resíduos Sólidos ainda assusta

Segundo pesquisa da Abrelpe, a geração total de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) no Brasil em 2013 foi de 76.387.200 toneladas, o que representa um aumento de 4,1%, índice que é superior à taxa de crescimento populacional no país no período, que foi de 3,7%. Desses, 69.064.935 toneladas foram coletadas no ano: 58,3 % seguiram para aterros sanitários e os 41,7% restantes correspondem a 79 mil toneladas diárias, que são encaminhadas para lixões ou aterros controlados. No Espírito Santo, em 2013, foram gerados 3.197 toneladas por dia de RSU, sendo coletados 2.931 t/dia.

Estima-se que 59% dos municípios brasileiros ainda dispõem seus resíduos de forma ambientalmente inadequada em lixões ou aterros controlados (lixões com cobertura precária). De acordo com a Pesquisa de Informações Básicas Municipais, ano base 2013 (IBGE, 2014), apenas 1.865 municípios declararam possuir planos de gestão integrada de resíduos sólidos nos termos da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Fonte: Contatus Comunicação

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