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Publicado: 03/05/2017 16:31h

Mudança em Pequim derruba mineradoras

Mudança em Pequim derruba mineradoras

O setor de mineração encontra dificuldades para manter as altas das ações acumuladas em 2016, em meio ao receio de que os esforços das autoridades em Pequim para domar o crescimento no crédito local possam afetar a demanda na China, maior consumidor mundial de matérias-primas.

O índice UK FTSE All Share Mining, composto por ações de mineradoras, mais do que dobrou em 2016, impulsionado pela recuperação dos preços das commodities e pelos abrangentes programas de cortes de custos que beneficiaram o desempenho de grandes mineradoras, como a Anglo American, a BHP Billiton, a Glencore e a Rio Tinto.

Desde fevereiro, no entanto, quando atingiu o maior patamar em dois anos e meio, o indicador acumula declínio superior a 13%.

As ações da Anglo American, que em 2016 foram as de melhor desempenho no índice FTSE 100, desvalorizaram-se 20% desde que o índice das mineradoras atingiu seu pico mais recente em fevereiro. As da Rio Tinto caíram 17%. Os papéis da BHP Billiton e da Glencore também recuaram, perdendo, respectivamente, 15% e 8% do valor.

Na semana passada, o Goldman Sachs, um dos bancos de investimento mais influentes nos mercados de commodities, rebaixou suas classificações de crédito de várias mineradoras e atribuiu a decisão às medidas das autoridades em Pequim para apertar a política monetária do país.

"O que é importante para as commodities é a direção do crescimento e acreditamos que provavelmente será para baixo", destacou o Goldman Sachs.

A BHP Billiton somou-se ao tom negativo ao prever um crescimento na demanda um pouco mais baixo neste ano para o cobre e para dois ingredientes usados na produção siderúrgica, o minério de ferro e o carvão de coque.

O custo dos empréstimos de curto prazo na China aumentou para seu maior patamar em dois anos, depois que as autoridades monetárias locais procuraram conter o crescimento da oferta de crédito e, assim, coibir as captações desenfreadas.

Os impactos dessas mudanças já começam a ser sentidos. Na semana passada, a China Vanke, uma das maiores incorporadoras imobiliárias da China, viu-se obrigada a desistir de uma emissão de títulos de dívida e culpou as mudanças nas condições de mercado pela decisão.

"O setor de propriedades é o maior mercado consumidor final de muitas commodities", disse Gary Paulin, chefe de renda variável internacional na Northern Trust Capital Markets. "Caso [o setor] se desacelere, vai sobrepujar qualquer coisa que os estímulos Estados Unidos possam trazer."

O preço do minério de ferro, fonte fundamental de lucros para a BHP Billiton e a Rio Tinto, caiu quase 30% desde que chegou a US$ 94 por tonelada, em fevereiro. A onda de vendas foi alimentada, em parte, pelo temor de que possa haver excesso de oferta, depois de dados oficiais terem mostrado que a produção anualizada de aço na China alcançou o recorde de 848 milhões de toneladas em março. O minério de ferro é usado para produzir aço.

O cobre, que é usado desde em fiações domésticas até em redes de energia, também está sob pressão, tendo recuado do patamar de US$ 6 mil por tonelada registrado em fevereiro. As cotações do metal foram impactadas pelo fim das interrupções no fornecimento em uma mina no Chile e outra na Indonésia e pela onda de metal O cobre, que é usado desde em fiações domésticas até em redes de energia, também está sob pressão, tendo recuado do patamar de US$ 6 mil por tonelada registrado em fevereiro. As cotações do metal foram impactadas pelo fim das interrupções no fornecimento em uma mina no Chile e outra na Indonésia e pela onda de metal reciclado que inundou o mercado.


Fonte: Valor Econômico
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