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Publicado: 08/02/2017 17:47h

Balanço da Rio Tinto deve mostrar retomada das mineradoras

Balanço da Rio Tinto deve mostrar retomada das mineradoras
A grande virada na sorte da indústria de mineração vai ficar em mais evidência nesta semana quando a Rio Tinto anunciar seus resultados, que devem mostrar forte geração de caixa e uma redução substancial no endividamento líquido.

A recuperação dos preços das commodities em 2016 pôs fim a um declínio de vários anos no setor e agora as maiores mineradoras do mundo gozam das condições mais favoráveis em anos.

Cortes de custos reforçaram os balanços patrimoniais de muitos grupos mineradores e 2017 poderia ser um ano recorde em termos de retorno para os investidores, desde que as empresas do setor se atenham à disciplina recém-adotada de buscar a elevação dos lucros em vez procurar a conquista de maior participação de mercado.

"Vai ser crucial para as companhias de mineração alimentar a confiança dos investidores, uma vez que o mercado vem buscando uma confirmação de que elas vão manter a disciplina de capital, manter baixos os gastos em bens de capital e devolver o excesso de caixa para os acionistas", disseram analistas do Citigroup.

Os preços das ações do setor de mineração decolaram em 2016. As ações da Anglo American subiram quase 300%, enquanto as da Glencore avançaram 200% e as da Rio Tinto, 60%.

A valorização manteve o mesmo ritmo neste ano e o segmento é um dos que apresentam melhor desempenho nos mercados acionários da Europa.

Um teste sobre as perspectivas do setor poderá ser visto hoje, quando a Rio Tinto, uma das mineradoras menos endividadas, divulgar seus resultados anuais.

Analistas preveem que a companhia anglo-australiana tenha encerrado 2016 com um endividamento líquido próximo a US$ 11 bilhões, em comparação aos US$ 13,8 bilhões observados um ano antes, o que deixaria a mineradora em boa posição para aumentar os dividendos ou até lançar um programa de recompra de ações.

"A chave para a Rio vai ser conseguir o equilíbrio certo entre seu nível de alavancagem e os retornos aos investidores", diz George Cheveley, gestor de carteiras de investimento na Investec Asset Management, uma administradora de recursos que é acionista da Rio Tinto.

Caso a Rio Tinto retenha demasiado caixa, isso poderia inquietar os investidores, que desejam ver as principais mineradoras mostrarem que abandonaram seu antigo interesse em aquisições ambiciosas de operações de outras empresas e em grandes projetos de expansão.

Assim como várias outras mineradoras, a Rio Tinto promoveu algumas aquisições problemáticas durante os anos de alta das cotações das commodities. Entre várias, a que mais chama a atenção foi a compra da Alcan em 2007, por US$ 39 bilhões.

Em 2016, a Rio Tinto desistiu de sua política tradicional de sempre manter ou elevar a distribuição de dividendos. Espera-se que mineradora anuncie dividendos anuais de pelo menos US$ 1,10 por ação relativos a 2016, pouco mais da metade do pagamento de US$ 2,15 distribuído em 2015.

A partir daí, a Rio Tinto deverá adotar uma política mais flexível de dividendos, distribuindo entre 40% e 60% do lucro básico, que exclui itens extraordinários e variações cambiais.
A empresa tem como meta alcançar uma taxa de alavancagem (o endividamento líquido em relação ao capital social) entre 20% e 30%, mas pode decidir operar com um nível ainda mais baixo, dadas as incertezas criadas após a decisão britânica de sair da União Europeia e a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.

Fonte: Valor Econômico
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