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Publicado: 21/03/2017 00:00h

Acionistas buscam nome de peso para comandar Vale

Acionistas buscam nome de peso para comandar Vale

No processo de escolha do novo presidente da Vale, os acionistas controladores da mineradora definiram como princípio selecionar um "nome de peso" para ser o novo presidente da companhia a partir de maio, quando se dará a saída de Murilo Ferreira.

O objetivo é que o candidato, no processo de seleção conduzido pela multinacional de headhuntig Spencer Stuart, tenha experiência como presidente-executivo em grandes empresas internacionais. Esse critério exclui, a priori, uma lista de virtuais candidatos que vêm sendo apontados pelo mercado, incluindo alguns atuais diretores-executivos da Vale e também ex-diretores da companhia. Muitos desses nomes não ocuparam cargos de presidentes ou foram presidentes em empresas de pouca visibilidade.

Na avaliação de fontes que acompanham o processo de seleção, o nome do novo presidente da Vale deverá ser definido no início de abril. "Não acredito que vá se chegar lá na frente [ao fim do processo] com mais de quatro ou cinco candidatos", disse uma fonte consultada pelo Valor.

É a partir de uma lista com no mínimo três nomes - mas que poderá ser maior, até cinco -, que será feita a escolha do novo presidente da Vale. A relação dos pré-selecionados pela Spencer Stuart será encaminhada, provavelmente, no último dia de março, a Paulo Caffarelli e a Luiz Carlos Trabuco, presidentes do Banco do Brasil e do Bradesco, que estão à frente do processo pelo lado dos dois maiores acionistas das mineradora.

Na visão de pessoas com conhecimento nesse tipo de seleção, o candidato que passar pelo primeiro critério - ser ou ter sido CEO em uma grande empresa, de preferência multinacional - precisará ainda cumprir outros requerimentos definidos pelos principais acionistas da Vale: Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, Bradesco, Mitsui e BNDES.

O normal é que cada acionista aponte um perfil de candidato adequado e, nesse processo, muitos dos postulantes originalmente apontados deverão ficar pelo caminho. Isso porque é muito difícil para cada um preencher todos os requerimentos apontados pelos sócios. "Dificilmente um candidato consegue fazer o check-list [lista de verificação] para 100% dos itens exigidos", disse uma fonte.

O critério de buscar nomes com experiência como presidente de grandes empresas buscaria eliminar a questão da influência política sobre a Vale. De cara, essa definição de só entrevistar atuais ou ex-presidentes de grandes grupos deixa de fora atuais diretores da Vale que vêm sendo apontados como virtuais candidatos a suceder o atual, presidente, Murilo Ferreira. Nessa lista, estão o diretor de RH e sustentabilidade, Clóvis Torres; o diretor de finanças, Luciano Siani, e o diretor de estratégia e ferrosos, Peter Poppinga. São nomes que já teriam dificuldade de ir adiante no processo de seleção por integrarem a gestão que está acabando e por serem identificados com Ferreira, na visão do mercado.

Mas o critério de escolher o novo presidente da mineradora a partir de um universo de CEOs mantém as chances de outros ex-executivos da Vale. Essa lista inclui Nelson Silva, que foi presidente da BG Brasil; Eduardo Bartolomeo, que presidiu a BHG, do setor imobiliário; Tito Martins, presidente da Votorantim Metais, e José Carlos Martins, que foi presidente da Latasa e da Rexam South America. Para Martins, um problema é que ele esbarra na idade compulsória de 65 anos fixada para diretores da Vale se aposentarem, embora exiba o maior conhecimento da companhia: 11 anos, incluindo as gestões de Roger Agnelli e Ferreira.

Na lista de potenciais candidatos, especula-se até sobre o nome de Caffareli, que está envolvido no processo de escolha do novo presidente da Vale. Ele nega qualquer pretensão pelo cargo.


Fonte: Valor Econômico
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